segunda-feira, 1 de março de 2010

A greve dos motoristas e trocadores de ônibus é legal


Foto: Eureka Reservation


Na semana passada a cidade de belo horizonte viveu um verdadeiro caos por conta da greve dos ônibus da cidade. Até mesmo quem não precisa pegar ônibus sofreu com a paralização já que, por exemplo, alguns restaurantes não abriram por que seus funcionários não conseguiram chegar ao trabalho. Houve empresas que fretaram vans para apanhar funcionários em casa e assim minimizar os prejuízos.

Na última quarta-feira quando as coisas pareceram normalizar, ouvi barbaridades dentro de um ônibus. Muitas pessoas revoltadas por que não conseguiam chegar a tempo no trabalho e o trânsito, que já é péssimo na cidade, ficou pior ainda. Tentei manter minha calma e ignorar os comentários que ouvia, até que um senhor sentado ao meu lado, com um jornal barato nas mãos, disse que só no Brasil mesmo que essas coisas aconteciam. Foi a gota d'água. Resolvi falar. E falei alto para quem do ônibus quisesse ouvir.

Muitos passageiros nem sequer se dão conta da existência do trocador e do motorista de ônibus. Esses trabalhadores fazem parte de nossas vida de forma tão contínua que já nos acostumamos com eles, como verdadeiros postes plantados em nosso caminho. Muitos ignoram sua existência a ponto de nem dizer um bom dia ou um muito obrigado! ao entrar no ônibus. Nem passam pela cabeça do usuário quanto esses trabalhadores ganham, onde moram, como vivem, quantas horas por dia trabalham.

Mas eis que um dia esses cidadãos resolvem parar, para fazer valer seu direito assegurado pela constituição. A Constituição é clara quando diz que a greve é um direito do trabalhador. E no dia em que os motoristas e trocadores param, também param dois milhõe e meio de pessoas.

Eu sou a favor da greve sim. Só assim para esses trabalhadores se fazerem notados. Só assim para fazerem com que sua voz seja ouvida. Precisamos tomar como exemplos nossos hermanos latinos, que desde sempre e por maior que sejam as adversidades, lutam por seus direitos. Cedo ou tarde essas lutas acabam por se transformarem em conquitas. Eu torço por isso.

Ao som de "Eu só peço a Deus", de Mercedes Sosa.

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